por Daniela Munerato - Coordenação Pedagógica Escola Viva
Um período de férias é sempre esperado como um tempo de descanso e com a possibilidade da mudança da rotina.
Férias nos tempos de hoje. Um tempo de descanso ou um tempo diferente do dia a dia - que inclusive poderia simplesmente ser ficar em casa - parece carecer de novos contornos. Afinal, não é porque estamos em casa que estamos de férias, principalmente hoje em dia.
Um período de férias é sempre esperado como um tempo de descanso e com a possibilidade da mudança da rotina.
Desde março de 2020, passamos a nos "acostumar" com muitas idas, vindas e interrupções de atividades cotidianas e presenciais, tanto nas atividades escolares quanto em todas as outras áreas de nossas vidas.
De fato, a interrupção gera uma nova rotina com a diferença de mudar o formato, mas não a natureza das atividades. Assim, nossa casa assumiu diversos e diferentes palcos: sala de aula, trabalho, consultório, escola, aula de dança, entre tantos outros. Portanto, muitas mudanças na rotina de todos.
Estudantes, famílias e a escola enfrentaram, com ótimos resultados, o desafio diário do ensino híbrido. A proposta pedagógica ganhou novos contornos.
Nós também falamos disso no artigo Enfrentando os desafios do ensino híbrido em 2021 na Escola Viva
Neste contexto, as férias, como um tempo de descanso ou um tempo diferente do dia a dia - que inclusive poderia simplesmente ser ficar em casa - parece carecer de novos contornos. Afinal, não é porque estamos em casa que estamos de férias. Principalmente hoje em dia. Principalmente no contexto do nosso ‘novo normal’.
Então viver este tempo significa ter novas e diferentes conexões que, de alguma forma, constroem memórias afetivas e significativas de encontros. Esta afirmação não quer dizer que não costumamos nos encontrar ou que o dia a dia não é válido, já que temos a certeza de que cada contexto familiar, com suas singularidades, cuida do tempo e da atenção dos filhos de forma bastante preciosa.
Por outro lado, entendemos também como estes encontros, neste contexto, são desafiadores.
Com os celulares sempre à mão, somos interrompidos pelas necessidades que, muitas vezes, não podem esperar, e a atenção permanece dividida. Nas férias, minimamente, temos um tempo maior para darmos as respostas em nossos contextos cotidianos, inclusive de trabalho.
Já falamos sobre crianças e telas em dois artigos imperdíveis: Crianças pequenas x telas: mudamos nossos limites na pandemia? e Infância e telas: o novo normal?
Nas férias, olhamos para o tempo de uma outra forma: o tempo de acordar, de dormir, de estar juntos que pode, e deve, ser diferente.
Que tal, no planejamento de férias, anotar os desejos de cada um e da família? Depois avaliarem juntos o que será possível e fazer um plano compartilhado na página do calendário do mês?
Sugerimos ainda o registro das férias em fotos com legendas para que as histórias possam ser contadas, ou mesmo vídeos, entre outras possibilidades. Vale apontar que o registro é para a própria família ter como memória de um tempo vivido este ano que poderá ser recuperado para sempre.
Ainda em tempo de cuidados, planejar este tempo é necessário - junto às crianças inclusive. Vale pegar a página do calendário de julho e fazer uma marca nos dias que representam Férias, anotando o planejamento construído.
Pode ser uma receita a ser feita em família, um filme com pipoca, a leitura de um livro novo, relido ou achado no cantinho da estante. Uma leitura à luz de lanternas, em uma cabana montada na sala, na varanda, no quintal…
Que tal uma Jornada Literária? Confira as nossas dicas aqui.
É interessante pensar que descanso e conexão podem vir nas experiências simples que se tornam tão preciosas pela intensidade das interações. Se as viagens acontecerem, conversem com as crianças sobre distância, o motivo pelo qual desejam ir a este lugar, o que mais gostam de fazer no local se já for conhecido.
Não esqueçam de um lugar para os jogos e brincadeiras juntos, lembrando que deixar um pouco de lado as telas será bastante favorável.
Terminamos com a lembrança da importância da família para a criança. O que vivem no contexto familiar depois é refletido no contexto escolar e ampliado na possibilidade da interação e do compartilhamento das diferentes experiências. Esse é o valor do coletivo a partir do âmbito individual, ambos fundamentais para que nossas crianças se desenvolvam da melhor forma possível.
Boas férias!
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