Boas experiências são essenciais no desenvolvimento cognitivo infantil para que a criança ou adolescente aprenda a interagir com o mundo e com as pessoas ao seu redor.
Confira neste artigo informações e dicas fundamentais sobre o assunto.
O desenvolvimento cognitivo infantil é a forma como a cognição evolui. Juntamente com as capacidades motoras e emocionais, constitui um dos pilares do crescimento intelectual.
Vários estudiosos debruçaram-se sobre esse assunto e teceram diferentes teorias sobre desenvolvimento cognitivo, desenvolvimento psíquico, afetivo/social, psicomotor. Esses recortes, ao pensar os indivíduos, têm fins didáticos e nos ajudam a focar o olhar em determinados aspectos, mas na escola, valorizamos o desenvolvimento global do indivíduo, pensamos nas crianças como seres inteiros, crianças que precisam crescer e se desenvolver em todos os aspectos.
Acreditamos, portanto que o desenvolvimento:
A partir dessas ideias, e considerando as diretrizes da BNCC - Base Nacional Comum Curricular, fazemos nossas escolhas e traçamos nosso percurso, organizamos nosso espaço físico, formamos nossos profissionais. A visão de desenvolvimento, é um dos fatores que determina a concepção de aluno e que, portanto, permeia todo projeto de uma escola.
Quando falamos de desenvolvimento cognitivo infantil, falamos no aperfeiçoamento de uma série de habilidades e competências mentais. Capacidades que estão ligadas ao processo de ensino aprendizagem e que são desenvolvidas ao longo da vida.
Quando brinca, a criança aperfeiçoa uma série de habilidades: atenção, memória, linguagem, raciocínio lógico, coordenação motora, etc. Ao brincar a criança desenvolve habilidades e competências que serão utilizadas na primeira infância e ao longo de toda a vida.
Lev Vygotsky (1896 - 1934), psicólogo e pensador, foi pioneiro na defesa do desenvolvimento intelectual como resultado das interações sociais e condições de vida.
Segundo a Teoria de Aprendizagem de Vygotsky, o desenvolvimento cognitivo infantil acontece pelas interações sociais, relação com outros indivíduos e com o meio. A interação social possibilita a geração de novas experiências e conhecimento desde a educação infantil até a idade adulta.
Segundo Jean William Fritz Piaget (1896 - 1980), biólogo, psicólogo e epistemólogo, grande autoridade no tema educação, a assimilação é “(...) uma integração a estruturas prévias, que podem permanecer invariáveis ou são mais ou menos modificadas por esta própria integração, mas sem descontinuidade com o estado precedente, isto é, sem serem destruídas, mas simplesmente acomodando-se à nova situação”.
Piaget revolucionou a forma de encarar e desenvolver a educação infantil. O seu estudo mostrou que as crianças pensam de forma diferentes dos adultos e constroem o próprio aprendizado, conceitos básicos da abordagem construtivista.
Estudos neurológicos defendem que a primeira infância é um período fundamental no desenvolvimento cerebral. O cérebro está em constante construção até os seis anos de idade. Nessa fase é muito importante o acompanhamento e incentivo de descobertas que possam motivar a personalidade, a capacidade intelectual e o comportamento social da criança.
Durante a infância, acontece uma quantidade maior de sinapses, que são as conexões que possibilitam a comunicação entre os neurônios. Quanto maior for o números de sinapses, maior a capacidade cognitiva. Na infância, todos os estímulos sensoriais - visão, fala, tato, paladar, etc - levam à comunicação entre os neurônios e, portanto, facilitam o processo de ensino aprendizagem.
Leia no blog da Escola Viva: Escola na primeira infância: qual a influência em seu desenvolvimento?
Boas experiências para favorecer o desenvolvimento cognitivo infantil devem acontecer de forma constante e contínua, incorporadas às ações das famílias e escolas. Organizamos aqui alguns dos principais tópicos que devem incorporar as práticas de ensino aprendizagem:
A atividade de brincar ao ar livre pode ser deixar a criança se divertir à vontade, sem direcionamento específico. A exploração do ambiente estimula a criatividade, criando uma brincadeira, conforme o seu desejo e no seu ritmo, ela estará aprendendo novas experiências e se desenvolvendo.
Utilizando as brincadeiras, a criança pode expressar sentimentos e fantasias do seu mundo interior, desenvolvendo a criatividade e aprendendo a lidar com as suas emoções.
Pega-pega, esconde-esconde, futebol, corridas, brincadeiras na terra e etc. As brincadeiras ao ar livre trazem inúmeros atrativos, além do exercício de atividade física, o contato com a natureza, a socialização, etc. Ambiente rico para o desenvolvimento cognitivo infantil.
O ato de brincar exercita o aprendizado do cooperar e negociar. Ensina a ser empático, criativo e a lidar com regras.
Leia no blog da Escola Viva: Escola é lugar de brincar!
Costura e bordado, jogos de construção e de encaixe, quebra-cabeças são algumas dentre as muitas atividades que exercitam o pensamento e colaboram com o desenvolvimento cognitivo infantil.
Brincadeiras, jogos e conversas que estimulem o raciocínio e a concentração.
Ao brincar a criança aperfeiçoa habilidades: atenção, memória, linguagem, raciocínio lógico, coordenação motora, etc e, também, desenvolve competências que serão utilizadas ao longo de toda a vida.
Na brincadeira, estabelece-se entre pares, encontros e conflitos inerentes a toda interação social. Quando isso acontece, têm boas oportunidades para resolver problemas reais por meio de conversas, argumentação e buscam suas próprias soluções de maneira criativa e participativa
É importante escolher obras com linguagem adequada à idade da criança ou adolescente e compartilhar a leitura. Ler e conversar sobre a história, os personagens, os cenários, o tempo da obra é uma rica ferramenta no desenvolvimento cognitivo infantil.
O hábito da leitura deve ser cultivado desde cedo. Ler para a criança (e incentivar esse hábito) ajuda no desenvolvimento da criatividade e imaginação, exercita a atenção, aprimora a linguagem e também ajuda na escrita e nas reflexões a respeito do mundo.
Conversar com a criança a respeito do conteúdo e trocar opiniões sobre a história são ótimas formas de observar a forma como a criança enxergou e interpretou o texto. Partindo das histórias lidas, desafiar a criação de novos enredos, novos personagens, novos mundos são excelentes exercícios de criatividade.
Que tal uma Jornada Literária? Confira a lista de posts em nosso Instagram, @EscolaViva que traz dicas especiais para cada etapa escolar:
O desenho e a pintura são “brincadeiras” poderosas. Desenvolvimento motor e criatividade estimulados na mesma atividade além de uma ótima forma de perceber a forma como a criança vê o mundo e estimular conversas e a criação de histórias.
As atividades propostas com tintas, papéis, pincéis e riscadores, a colagem, a construção, a modelagem e a costura também são deliciosas maneiras de favorecer encontros com a imaginação. As crianças exploram e percebem que seus gestos produzem marcas e podem representar o mundo.
Leia no blog da Escola Viva: A arte na Educação Infantil – Onde tudo começa? Criatividade, expressão e compreensão
A música é uma poderosa forma de expressão para a criança e o adolescente e é também muito importante para o desenvolvimento cognitivo infantil.
A linguagem musical exercita a linguagem, a expressão, a memória e o raciocínio. Além de favorecer o contato social e fortalecer a autoestima. O conhecimento e o gosto pela música formam um repertório artístico que pode ajudar a criança ou adolescente no desenvolvimento de um olhar crítico sobre a arte e sobre o mundo.
As cantorias propiciam momentos poderosos de expressão pessoal e interação social.
Fazer perguntas e estimular o raciocínio da criança no caminho de possíveis respostas. O exercício das hipóteses que as crianças formulam é mais importante do que propriamente descobrir a resposta correta.
As conversas são fundamentais para o desenvolvimento cognitivo infantil, mesmo antes de a criança poder se comunicar verbalmente. Mais tarde, quando isso já é possível, os diálogos, e sobretudo a escuta, são importantes para estimular a aprendizagem para que o adulto possa saber o que a move: quais são suas curiosidades, seus interesses, suas investigações e perguntas.
O hábito da conversa também é essencial para o desenvolvimento de habilidades cognitivas e sociais.
A tecnologia deve ser utilizada como aliada do desenvolvimento cognitivo infantil. Os recursos tecnológicos devem ser disponibilizados com parcimônia e supervisão.
A utilização de aplicativos educacionais pode ser uma ótima ferramenta, desde que feita com critério e limites bem claros que não prejudiquem a socialização da criança.
Não é necessário, nem recomendável, proibir o uso da tecnologia, afinal, essa é uma das competências fundamentais para o mundo digital, mas devemos buscar o seu ponto de equilíbrio
A Organização Mundial da Saúde tem uma cartilha com indicadores que podem ajudar na definição desses limites.
O Maker é uma metodologia contemporânea que possibilita o aprendizado significativo do “aprender fazendo”. Aprender construindo, projetando, prototipando ou programando.
Cultura Maker: que bicho é esse?
Os projetos acontecem entre os martelos, furadeiras, parafusos, tintas, impressora 3D, cortadora a laser e diversos outros materiais. Os laboratórios seguem o movimento da democratização do acesso a tecnologias de prototipagem e fabricação, espaços para a materialização de ideias e projetos.
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