por Sonia Tokitaka
Assessora da área de Ciências da Natureza e Sustentabilidade da Escola Viva
Há sessenta anos, a Terra foi vista do espaço por um humano pela primeira vez.
Era 12 de abril de 1962, e Yuri Gagarin, a bordo da Vostok 1, voou ao redor do planeta por quase duas horas.
A visão provocou do observador privilegiado um comentário espontâneo e admirado que ganhou o mundo, permeou nosso imaginário, “viralizou” como diríamos hoje:
“Eu vejo a Terra! Ela é azul!”
As fotos que depois foram capturadas do espaço nos permitiram contemplar a mesma Terra observada por ele. O planeta como um todo, uma só atmosfera, um só oceano, um único sistema sem fronteiras, interligado!
Um planeta único, belo e parecendo frágil em seu percurso pelo espaço! Bilhões de galáxias com seus outros tantos bilhões de planetas, mas o único possível com condições de ser a nossa casa.
A imagem traduziu o que, do ponto de vista acadêmico, se conhecia cada vez mais. Populações humanas vivenciavam de forma concreta as questões ambientais, e seus impactos ganhavam relevância em escala mundial, provocavam debates, evidenciaram um desafio de governança.
5 de junho é Dia Mundial do Meio Ambiente
Nesse contexto, acontece a primeira Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, promovida pela Organização das Nações Unidas em Estocolmo, em 1972.
A Conferência introduziu a pauta ambiental nos debates internacionais, é um marco importante.
O dia 5 de junho, primeiro dia da Conferência, foi designado pela Assembleia Geral da ONU como Dia Mundial do Meio Ambiente.
Cinquenta anos depois de Estocolmo…
No campo do debate internacional e intergovernamental, o processo inaugurado em 1972 com a Conferência de Estocolmo tem continuidade com a Rio 92, a Rio +10 e a Rio+20, resultou em tratados firmados e em uma agenda de desenvolvimento sustentável comum com reflexos jurídicos, institucionais e impactos nas políticas públicas, inclusive no Brasil.
Ao longo desse período, houve a produção de muitas informações, evolução conceitual, surgimento de novas disciplinas acadêmicas, ampliou-se a preocupação com as questões ambientais e a organização da sociedade civil com uma pauta socioambiental. Houve evolução nas legislações, políticas, sistemas de gestão ambiental, incorporação da variável ambiental pelas instituições em seus processos.
No entanto, vivemos uma emergência climática, assistimos à degradação das águas, poluição nos oceanos e no ar, desigualdade crescente, ecossistemas profundamente impactados, biodiversidade ameaçada, assim como as culturas e os modos de vida de povos tradicionais.
Tivemos avanços e retrocessos, um passo adiante e dois para trás em muitos processos, mas, ainda que sejam muitas as contradições, há conquistas, especialmente em escala local.
O caminho não é suave, nem contínuo, mas ele existe e é partilhado por muitas pessoas.
E a educação?
Segundo o relatório da UNESCO “Década das Nações Unidas de Educação para o Desenvolvimento Sustentável”, uma Educação para o Desenvolvimento Sustentável requer visão e práticas que ajudem as pessoas a “entenderem melhor o mundo em que vivem, tratando da complexidade e do inter-relacionamento de problemas, tais como a pobreza, o consumo predatório, a degradação ambiental, a deterioração urbana, a saúde, os conflitos e a violação dos direitos humanos, que hoje ameaçam nosso futuro.”
Também requer métodos de ensino e aprendizagem que: ampliem a percepção da realidade; promovam pensamento crítico, reflexão sobre cenários futuros e tomada de decisão de forma mais colaborativa; e engajem os estudantes em novos comportamentos e atitudes mais alinhados com os desafios da Sustentabilidade.
Vale lembrar que o papel fundamental da educação, especialmente a escolar, é reconhecido como central nas mudanças necessárias para o enfrentamento das questões socioambientais que vem nos desafiando e demandando ações e posicionamento urgentes.
Oficina - Mudanças Climáticas e Efeito Estufa - Ensino Fundamental - Evento Sustentabilidade 2021
Sustentabilidade na Escola Viva
Esse é o entendimento da Escola Viva, que desenvolve um trabalho pioneiro alinhando o currículo com essas demandas, da Educação Infantil ao Ensino Médio.
Oficina - Cuidando das árvores do nosso quintal - Educação Infantil - Evento Sustentabilidade 2021
Oficina - Mudanças Climáticas e Efeito Estufa - Ensino Fundamental - Evento Sustentabilidade 2021
Simulado - Debate sobre Código Florestal - Ensino Médio - Evento Sustentabilidade 2021
Dia 5 de junho de 2022 - de volta à Terra
Neste Dia Mundial do Meio Ambiente, o tema “Uma só Terra” se repete, reconhecendo-se a importância do marco representado pela Conferência de Estocolmo e seu legado. Também é um reconhecimento da urgência das questões socioambientais.
Este é um tempo em que a geração que moldou a questão ambiental, tal como ela é reconhecida hoje, convive com as primeiras gerações que sofrem mais diretamente os impactos da emergência climática.
Boas oportunidades para reflexão
Na Escola Viva, o trabalho com educação para sustentabilidade acontece como um processo e independe de datas específicas. Mas as datas podem servir como momento para o encontro de todos, alunos, alunas, equipes e famílias. Uma mobilização da comunidade que provoque reflexão e convide à ação. É que esperamos que aconteça!
“Solitária no espaço, única em seus sistemas geradores de vida, carregada de energias incompreensíveis, que nos transfere por meio dos mais delicados mecanismos; instável, caprichosa, imprevisível, mas extremamente nutritiva, estimulante e enriquecedora - não é esta uma casa maravilhosa para nós terrestres?“
Mural - Evento Sustentabilidade 2021
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