por Pablo Reimers Quijada
Assistente de Coordenação do Ensino Médio da Escola Viva
A Escola Viva abraça a ideia da prática de protagonismos juvenis como um valor fundamental.
Rompe a barreira dos seus muros, estimula a conquista da territorialidade na cidade e no mundo e, talvez, com isso, possa dar respostas para diversas situações-problema, dando vida a incontáveis manifestações políticas e culturais, o que somente uma escola de vanguarda pode ajudar seus alunos e alunas a realizarem.
Este exercício - de ensino, aprendizagem, cidadania e empoderamento - se reflete em uma diversidade de frentes, como o Cineclube, o Vivafest, a Simulação Viva – SiV, o Coletivo feminista Viva por Elas, o Festival de Curtas e, agora, o Grêmio Estudantil. Todas elas sob a marca de uma gestão administrativa, financeira e de organização sempre dirigida por estudantes, limitando, neste cenário, aos adultos, apenas o papel de conselheiros e ponderadores, responsável por trazer problematizações e reflexões sobre os percursos, mas nunca de defini-los.
SiV, o estudante com a mão na massa
A SiV é um ótimo exemplo de uma cultura de estudo. Para além das diversas formas de organização, pois não se trata só de chegar e simular temáticas, os jovens montam uma estrutura complexa, elaboram guias de estudo e regras, preparam oficinas para iniciantes nos debate, criam comitês de representações e delegações, de imprensa, de audiovisual e documentação, de intervenção, de divulgação e de staffs.
A ideia é que nos dias 19,20 e 21 de outubro, 150 jovens estejam imersos na SiV 2022, discutindo e resolvendo problemas complexos e se valendo de uma diversidade de competências e habilidades postas na prática.
O tema deste ano será “O Sistema prisional no banco dos réus”. Será simulada a Assembleia Geral das Nações Unidas de 2015, em Nova York, revisando as leis e protocolos de tratamentos de presos, conferência em que foram formuladas e instituídas as Regras de Mandela.
Alunos e alunas terão a oportunidade de revisar, confirmar ou mudar o curso da história. O local do evento será a Sala Harvard, na Faculdade Anhembi Morumbi, onde será apresentado um misto de simulação Temática, MUN (Modelo ONU) e histórica.
É importante destacar que, na pandemia, os estudantes desenvolveram uma plataforma exclusiva de debates digitais chamada Sivon (1 e 2) para fazer as SiVs de 2020 e 2021, algo inédito no círculo de simulações no Brasil.
Cinema na escola
Dentro dos projetos de protagonismos, O Cineclube Viva é um outro exemplo de exercício formativo e de engajamento cultural de qualidade.
Neste ano, o Cineclube Viva celebra 8 anos e, durante sua história, recebeu convidados ilustres, como Daniel Filho, José Padilha, Sylvio Rocha, Luiz Bolognesi, Lusa Silvestre, entre tantos outros que dialogaram com os membros e participantes, fomentando a cultura crítica.
No Cineclube, alunos e alunas produzem, de modo autoral, resenhas da obra, direção e curiosidades, produzem o trailer de cada sessão, se encarregam da convocação, convidam colegas de outras escolas, apresentam o filme e organizam a discussão durante tardes inteiras, gerando repertório, humanizando-se por meio da produção fílmica e do seu entorno.
Outra ousadia começou agora em maio, com nossos alunos e alunas ultrapassando os limites geográficos da Escola e indo a terreno, ocupando alguns espaços sociais e públicos da cidade. As sessões agora ocorrem no icônico Cine Bijou da Praça Roosevelt, com projeção em tela Grande, som e imagem digital.
Este projeto consegue, em um mesmo espaço, reunir estudantes do 8º ano do Ensino Fundamental à 3ª série do Ensino Médio para dialogar e se apropriar de um mundo que ainda não se conhece e domina. Dentre os desdobramentos deste projeto, os cineclubistas da escola criaram o Festival de Curtas-Metragens que, neste ano, acontecerá em novembro.
A Viva em festa no VivaFest
Outro projeto consolidado é a VivaFest, que permite dar vazão a toda uma potencialidade artística e cultural dos alunos e alunas. Produção e apresentação fundem-se, tendo como finalidade fazer um festival musical com bandas musicais e performances artísticas de estudantes, sempre fechando o evento com um artista destacado em uma participação especial.
O diferencial é a possibilidade de compartilhar as responsabilidades, agregando estudantes de diversas escolas para administrar. No ano passado, por exemplo, o evento foi produzido em conjunto por estudantes da Escola Viva e Escola da Vila, com a premissa de que estes projetos sejam muito mais do que apenas momentos de encontro, lazer e expressão.
Vale o destaque dos projetos acima mencionados em que as potencialidades desenvolvidas, nos projetos de protagonismos estabelecem continuidades e, assim, a cada ano, assumem novos responsáveis. São iniciativas de fluxo continuado, por isso, foi excluído o termo “ex-aluno” do léxico dos participantes, por entenderem que quem estuda ou estudou na Escola Viva será sempre um aluno Viva. Alguns hoje transitam nos limites da escola e outros no mundo do trabalho ou em espaços universitários.
Outras frentes autônomas, como o Grêmio estudantil Viva, o Coletivo Feminista Viva por Elas ou as preparações e participação no Fórum FAAP completam um portfólio de ações que a Escola Viva defende como fundamentais, apostando no amadurecimento, no rigor acadêmico, no exercício cidadão de apropriação do espaço público para intervenções de ordem política e cultural e na sensibilização frente aos dilemas de outros atores sociais.
O nosso papel é potencializar para que ações como estas se multipliquem.
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