Determinar quais critérios medem um bom desempenho escolar é um desafio. Há vários fatores que influenciam o desempenho de um estudante e que, nem sempre, são facilmente medidos.
Desempenho escolar normalmente remete a conteúdos e boletins, visto que, muitas vezes, são eles que os baseiam e metrificam. Mas vai muito além disso. Há outros elementos que devem ser considerados e que não necessariamente aparecem de maneira objetiva em provas e índices.
É preciso considerar que o que se espera do estudante varia de acordo com o segmento escolar.
O esperado durante a Educação Infantil é diferente do esperado ao longo do Ensino Fundamental e Médio. Cada fase possui particularidades.
Os diferentes percursos de desenvolvimento
Deve-se também considerar os diferentes percursos de desenvolvimento. O que se espera de cada um pode variar, mesmo não abrindo mão de parâmetros comuns.
A Educação integral é comprometida com o desenvolvimento global do indivíduo, com aprendizagens de distintas naturezas, que estão relacionadas, devem ser construídas em conjunto e vão além de conceitos.
Desenvolvimento humano em diferentes dimensões
Tão importante quanto os conhecimentos acadêmicos é o desenvolvimento humano, intelectual, social, cultural, emocional, afetivo e motor.
Muitas vezes, o desenvolvimento global é responsável pelo engajamento com os estudos, pois oferece contextos, desafios e estratégias para a solidificação dos conceitos.
Sujeitos ativos e capazes
A educação integral refere-se não ao tempo de permanência na escola, mas à aprendizagem que considera o estudante de modo amplo e complexo, um sujeito ativo e capaz de conectar conhecimentos e competências.
Além de crescimento pessoal, a excelência acadêmica deve conter experiências que preparem para conviver em sociedade, respeitando o outro e valorizando a diversidade.
Além do desenvolvimento de habilidades individuais, a educação integral forma cidadãos para conviver melhor em coletividade.
Compondo os fatores de aprendizagens que a escola deseja oferecer, eles também definem o que se espera do estudante, como componentes do que costumamos chamar de desempenho escolar.
Competências essenciais na educação integral
Ao trabalharem as competências essenciais previstas no currículo, os alunos e alunas desenvolvem estratégias de estudo, individuais e em grupo, capacidade de entender a sua própria aprendizagem, senso colaborativo, espírito crítico e criatividade.
Do ponto de vista do desempenho, nem sempre é fácil compreender como isso é proposto, avaliado e acompanhado pela escola.
Como saber se um estudante está se desenvolvendo emocionalmente?
Como mensurar o trabalho colaborativo?
Desempenho escolar na perspectiva da educação integral
O conhecimento deve ser contextualizado para construir significados e mobilizar saberes.
A apropriação do conhecimento deve ser construída desde o início da escolarização, quando começa a descoberta do mundo.
Além dos conteúdos, passa também pelos próprios processos de aprendizagem, quando as crianças alcançam uma autopercepção sobre como aprendem.
Domínio dos conteúdos x apropriação do conhecimento
Ao aprender a aprender, estudantes tornam-se sujeitos das aprendizagens, capazes de recuperar saberes prévios diante de novas situações desafiadoras.
Do ponto de vista do concepção construtivista de educação, o conhecimento não é algo que pode simplesmente ser transmitido pelo professor e adquirido pelo aluno. As aprendizagens só são efetivas quando construídas por seus protagonistas, os estudantes.
Mais do que ter acesso acesso a conceitos, os estudantes devem se apropriar deles a partir de contextos significativos, que dialoguem com a realidade e com temas presentes na atualidade.
Estratégias pedagógicas
É importante o estudante estar ciente dos objetivos de aprendizagem e do que a escola espera dele.
A avaliação permite que olhe para o seu percurso e, considerando os objetivos, analise seu desempenho. Isso possibilita que perceba o esforço dedicado a determinada disciplina, considerando a dificuldade envolvida e as propostas relacionadas àquele conteúdo.
As autoavaliações podem ser combinadas a outras avaliações. Quando um estudante tira uma boa nota em uma prova de matemática, cujo conteúdo considerava desafiador, ele pode se autoavaliar de maneira positiva. Por outro lado, tirar uma nota baixa em uma matéria em que nunca teve dificuldades pode chamar a sua atenção e fazê-lo pensar se não faltou dedicação.
As autoavaliações também são importantes para que professores e professoras reflitam sobre suas propostas.
Diversificação
Há também estratégias relacionadas à diversificação das dinâmicas. De acordo com cada faixa etária, estudantes devem realizar vários tipos de atividades, percebendo as diferenças de construir conhecimentos sozinhos ou em pares, em pequenos e grandes grupos.
Em certos momentos, é essencial a produção individual, para perceber o que é possível fazer por conta própria; em outros, a interação, para colaborar e construir coletivamente. Assim, é possível sugerir funções de trabalho, alternando papéis.
Os projetos em grupo garantem o desenvolvimento de outras qualificações, pois o bom desempenho depende da cooperação, propiciando o confronto de emoções, a discussão e a resolução de conflitos para a conquista de soluções.
Trabalhos individuais e coletivos podem ocorrer como provas, seminários, apresentações e rodas de conversa. Podem utilizar diversas linguagens: escrita, fala, expressão corporal, artes plásticas, música, fotos, pinturas, vídeos etc.
Autonomia no processo de escolarização
Tornando-se mais autônomo, o estudante percebe a melhor forma de gerir seus estudos e desenvolver ferramentas para isso. Uma das mais importantes é a organização de tempo, a partir da qual estabelece rotinas e dedicação para cada tipo de atividade, disciplina ou área do conhecimento, de acordo com as suas necessidades, facilidades e dificuldades.
Desenvolvimento da própria aprendizagem
Para a Escola Viva, escola é lugar de aprender e também de desenvolver estratégias para melhorar a própria aprendizagem.
Entendemos que um bom desempenho escolar é aquele que atende a distintos aspectos da vida, de modo agregado e íntegro.
Na Escola Viva, os saberes técnicos andam ao lado dos criativos; as competências intelectuais ao lado das emocionais; e as habilidades comunicativas acompanham diferentes formas expressivas.
Acreditamos que fazer com que os estudantes percebam como o conhecimento se constrói e pode ser administrado é a chave para melhorar o desempenho escolar, de um ponto de vista pessoal e coletivo.
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