por Daniela Munerato
Coordenadora Fundamental 1 da Escola Viva
Quem nunca ouviu histórias de jogos que aconteciam na rua entre a vizinhança?
A criançada se encontrava, e a dinâmica estava prevista: não tinham a mesma idade, nem gostos iguais, mas cada um oferecia o que sabia ao grupo.
A rua, que era o lugar de brincar na época, virou morada de esconde-esconde, pular corda, pega-pega, cinco Marias, futebol com bola ou botão, pião, entre tantas outras possibilidades que construíram memórias eternas.
A ocupação da rua mudou!
A importância das interações e da diversidade
A partir das lembranças, o foco por aqui será a importância das interações e da diversidade com grande relevância nas diferentes aprendizagens que acontecem na escola.
Neste contexto, cada um contribui, conforme as configurações do grupo, com o que sabe, ajuda como pode, assume diferentes posições. No grupo, se evidencia o outro, o eu, os outros… que mudam, ora assumindo a posição de liderança, ora de observação, de ajuda, a depender de onde estão e com quem estão…
É importante saber que ter o espaço de fala é tão relevante quanto ter o de escuta, assim como entender os diferentes olhares e pontos de vista, sabendo respeitar toda e qualquer diversidade.
Essa conquista se dá no convívio e na construção pelas relações.
Participação e interação são valores importantes na Escola Viva.
Existem diferentes formas de agruparmos dos alunos e alunas em favor das aprendizagens: pensamos nas possibilidades fixas e móveis dos grupos, identificando a escola como um grupo maior (comunidade); a classe como grupo fixo; nas oficinas, temos grupos móveis com diferentes idades; nas atividades de propostas Integradas e pequenos grupos, também.
Essa alternância é muito favorável à construção de pertencimento e apropriação da escola como um todo e da possibilidade de aprender a lidar com diferentes situações, ampliando as reflexões.
Sempre podemos aprender uns com os outros
Nas cenas do cotidiano, a idade não importa, sempre podemos aprender uns com os outros, independentemente de sermos mais velhos ou mais novos.
Uma criança mais velha ajuda um menor a amarrar o sapato, abre um pote de lanche, alcança um bola no alto, explica o que acontece com o gelo que derreteu no copo…
Da mesma forma, aprende com o menor a seguir o grupo, observar as pequenas curiosidades que aparecem, como uma seiva que surge numa árvore, pega um papel no chão e pergunta de quem é, não tem vergonha de pedir ajuda ou dizer que precisa ir para a sala porque o tempo de parque ou quintal já terminou, aprende o nome de um inseto desconhecido…
Vínculos de reciprocidade
São situações pessoais e coletivas entendidas como vínculos de reciprocidade, fundamentais ao desenvolvimento integral das crianças e adolescentes.
Nos diferentes encontros entre as idades, os conteúdos atitudinais, procedimentais e conceituais circulam infinitamente, com ou sem propósito didático.
Lembramos que, em cada idade, os focos de interesse, as experiências vividas, as teorias provisórias e as hipóteses construídas são diferentes. A riqueza das trocas entre as crianças sobre conteúdos são muito interessantes, favorecedoras de discussões e de novas perguntas.
Sob o mesmo olhar temos perspectivas diferentes e as trocas serão sempre ricas. Além disso, quem já passou por alguma experiência ajuda o outro a passar por ela também, lembrando de sentimentos e de modos de resolução.
Juntos, promovemos nos grupos um trabalho cada vez mais autônomo
É bom ter referências no mesmo grupo, mas também nos outros grupos e na escola como um todo.
Juntos, promovemos nos grupos um trabalho cada vez mais autônomo, possibilitando que os alunos e alunas, desde pequenos, estejam confiantes em suas capacidades, entendendo que suas opiniões são importantes.
Por isso é tão importante conversarmos sobre as relações e conflitos no grupo, dando feedbacks, avaliando compromissos pessoais para objetivos comuns.
A importância da interação entre diferentes idades se dá nos âmbitos cognitivos e emocionais, a escola se faz de todos os alunos e alunas, em diferentes grupos e momentos, que provocam interações, conhecimentos e movimentos junto aos professores e professoras.
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